O Cristianismo ultrapassa
a realidade temporal e imanente e alcança a dimensão eterna e transcendente,
pois lida com coisas espirituais. Ao vivenciar a realidade espiritual, somos
desafiados a viver em novidade de vida em nosso quotidiano. O Cristianismo não
nos isenta da vida neste mundo, mas desafia-nos a vivê-la como Jesus Cristo viveu,
conforme os Evangelhos.
Cristianismo e Cidadania não são temas auto-excludentes, mas
complementares. Assim, cada cristão e cristã, no exercício diário da fé, deve
tornar-se um cidadão exemplar, no cumprimento das leis justas, e na construção
da consciência cidadã da população. Quando leis forem injustas, ou contrariarem
princípios bíblicos, compete-nos discuti-las, apresentar alternativas, ou mesmo
resistir a elas como ensinou Calvino nas Institutas da Religião Cristã Capítulo XX ao instruir sobre a Administração
Política.
É preciso acompanhar
aqueles que do povo receberam mandatos, e que devem exercê-los
representativamente, cumprindo os compromissos assumidos.
Cidadãos devem cumprir
seus deveres e desfrutarem seus direitos. Somos cidadãos de duas pátrias: a
terrena e a celestial, Reino de Deus e Reino dos Homens, e o testemunho cristão
passa pelo exercício da cidadania neste mundo. Não podemos ser alienígenas em
nossa terra.
Soli
Deo Gloriæ!
(Publicado no Boletim Dominical da Igreja Presbiteriana
Memorial em 26 de Fevereiro de 2017)