Hoje a sociedade em geral comemora o dia dos pais.
E, como em outras datas, muita propaganda é feito para despertar o consumismo e
aquecer vendas em um comércio estagnado pela crise.
Circunstancialmente, é um dia em que pais têm
a satisfação de receber carinho e afeto dos filhos.
Há pais que amam e são amados. Recebem
atenção, consideração e cuidado dos filhos e filhas, que enxergam em seus
genitores o cuidado do Senhor, e por amor, relevam as falhas desses homens que
têm seus defeitos, cometeram seus erros, mas também tentaram acertar.
Há pais que experimentam a obediência dos
filhos, ao mandamento do Senhor: “Honra a teu pai e a tua mãe, para que se
prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR teu Deus te dá.” (Êxodo 20.12). Honrar os pais é questão
de obediência. O primeiro mandamento com promessa.
Há pais que se ressentem da desatenção dos
filhos, que só os enxergam como mantenedores, e quando a situação financeira é
invertida, eles são banidos do mundo significativo, vistos apenas como fardos.
Há pais desprezados por não terem educação
formal, curso superior, situação financeira estável, ou outros fatores que,
embora desejáveis, não são maiores que o amor que deve unir os familiares.
Redescubramos a expressão bíblica Abba – Pai:
“E
disse: Aba, Pai, todas as coisas te são possíveis; afasta de mim este cálice; não
seja, porém, o que eu quero, mas o que tu queres.” (Marcos 14.36). Abba é uma palavra
aramaica antiga que no seu estado enfático significa "pai". Passou ao
hebraico, e foi “usado no Talmude Babilônico, identificando uma criança que
chama carinhosamente por seu pai.... passou a ser um título honorífico dado aos
rabinos... Em 1540 foi utilizada para nomear os padres das igrejas orientais e
deu origem às palavras: abade e abadia.
No Novo Testamento, sempre é usada com
referência a Deus, imediatamente seguida da tradução grega. Essa dupla
expressão era comum entre os primeiros cristãos, como em Marcos 14.36.
O apóstolo Paulo assevera, em Romanos 8.15,
que os verdadeiros seguidores de Cristo não são mais escravos deste sistema
mundial, mas foram adotados por Deus e gozam da intimidade e privilégio de
tratá-lo como "Abba" (papai)”.
Precisamos valorizar e honrar os pais. Não
somente os biológicos, mas também os pais pelo coração e os pais espirituais.
Valorizando os pais redescobriremos a profundidade e o privilégio de chamar a
Deus de Pai.
Soli Deo Gloriæ!
(Publicado
no Boletim Dominical da Igreja Presbiteriana Memorial em 13 de Agosto de 2017)