Chega-se às vésperas do período em que se comemora o
nascimento de Jesus Cristo, e com ele várias expressões comemorativas cristãs
tomam forma. O Natal traz consigo um clima que contagia pessoas e comunidades,
nos ambientes autodenominados cristãos. Mas, existe o Natal, e os
“natais”– expressões que tentam traduzir o espírito da época.
1.O Natal estético – é quando se vê a
beleza do Natal, expressa através do belo, da decoração das casas, igrejas,
cidades. Até esteticamente o Natal deve apontar somente para Jesus Cristo, e
para a beleza do sumo bem.
2.O Natal artístico – é manifesto
através do uso das artes. Neste período se vê belíssimas cantatas,
dramatizações, poesias, painéis. As manifestações artísticas no ambiente cristão
não devem buscar o aplauso do público para o palco e “artistas”, mas deve levar
a adoração a Deus no altar.
3.O Natal litúrgico – é a ocasião em que
as igrejas celebram cultos especiais, e até alguns membros anuais, ou festivos,
aparecem... o Natal cristão deve ser celebrado todos os dias na liturgia da
vida em Cristo, por Cristo e para Cristo.
4.O Natal capitalista – é vivenciado na
prática do consumismo, onde é incentivada a busca por presentes caros, e a
ocasião é usada muitas vezes para expressar o poder aquisitivo de quem
presenteia. Outro perigo é tentar compensar com presentes a ausência do
dia-a-dia. A questão não é o simples comprar, mas as motivações para fazê-lo.
5.O Natal solidário – é celebrado por aqueles
e aquelas que percebem que a síntese do Natal é a expressão do amor de Deus
pela criação, que deve contagiar os seres humanos em suas vivências diárias, a
ponto de levá-los a adorar ao Senhor, e agir solidariamente uns para com os
outros. Natal é tempo de lembrar que o maior presente – Jesus Cristo – foi dado
por Deus aos humanos, e que antes de dar presentes, deve-se doar-se em amor a
Deus e ao próximo.
Pensar em o Natal e os “natais” é avaliar os vários
“natais” que são promovidos e avaliar o quanto eles apontam para Jesus Cristo,
e contribuem para a maior glória de Deus.
Pensar em o Natal e os “natais” é redescobrir o
espírito do Natal, como uma celebração missionária, fraterna e solidária. Missionária, porque o nascimento de Jesus Cristo
implica no cumprimento de uma missão, e que impulsiona cada cristão a cumprir a
sua: Disse-lhes,
pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, eu também
vos envio. (João 20.21); Fraterna porque à medida que se reconhece Deus
como Pai, e há uma percepção que a humanidade foi criada à Sua imagem, segundo
a Sua semelhança, deve-se refletir sobre o esvaziamento de Deus ao assumir
humildemente a humanidade em Jesus Cristo, para que uma vez mais cada ser
humanos se perceba como irmão do próximo feito igual; Solidária, percebendo e combatendo as diferenças discriminatórias, de
qualquer forma que se apresentem, pois são pecaminosas à medida que
marginalizam pessoas, e ofendem a Deus. Faz-se necessário recuperar a prática
de Jesus Cristo – ser solidário com os que sofrem.
Pensar em o Natal, e os “natais”, é resgatar o
Espírito fraterno de Deus em Cristo, enviado à humanidade.