“Raça de víboras, como podeis
falar coisas boas sendo maus?
Porque a boca falado que está cheio o coração”.
Jesus Cristo – Mateus 12.34
O Senhor Jesus Cristo, ao discorrer
sobre a árvore e seus frutos, legou-nos o precioso dito “a boca falado que está cheio o
coração”. Este e outros versículos nos instruem a cultivar um coração
puro (Salmo 51.10), ter cuidado com
o uso da língua (Tiago 3), pois dela
procedem bênçãos e maldições (Tiago 3.9,
10), e que prestaremos contas de todas
as palavras que proferirmos.
O fato é que estes ensinos têm sido
sistematicamente negligenciados, na medida em que não atentamos para a
realidade que as palavras revelam mais sobre nós mesmos, do que sobre quem, ou
o que, falamos. Palavras descortinam nosso interior. A questão não é
simplesmente policiar palavras, mas, cultivar o coração que as palavras
revelarão, o que implica olharmos o mundo pelas lentes de Jesus Cristo,
construir uma cosmovisão genuinamente bíblica, e não termos sobre nós conceito
maior do que convém (Romanos 12.3),
lembrando sempre que a soberba precede a ruína (Provérbios 16.18), e é a soberba que nos faz depreciar o próximo
com críticas contumazes e impiedosas, contrariando o Evangelho.
Em dias de comunicações eletrônicas
instantâneas, pessoas expõem seu interior sob a ilusão de uma anomia virtual,
que revela seres alienados de corações vazios, antiéticos, aéticos e sem
conhecimento bíblico, ou intimidade com Deus.
Ao lembrarmos que “a
boca falado que está cheio o coração”devemos cultivar o nosso interior,
e observar o que transbordará em nossas conversas e postagens (facebook,
instagram, whatsapp, twiter...).É tempo de analisar o que temos revelado em
nossas comunicações, e se for o caso, mudarmos, adotando uma postura edificante
e reflexiva.
Que digamos como o salmista “De
boas palavras transborda o meu coração. Ao Rei consagro o que compus; a minha
língua é como pena de habilidoso escritor” (Salmo 45.1).
Soli Deo Gloriæ!
(Publicado
no Boletim Dominical da Igreja Presbiteriana Memorial em 1º de Maio de 2016)