Hoje voltaremos às
urnas, e exerceremos mais do que um dever cívico, um direito. Os membros da
Igreja devem participar deste momento histórico, em atitude de oração, mas
também com uma consciência política amadurecida, embasada nos valores do
Evangelho, e com a percepção de que esta é a mais importante eleição do período
republicano.
Existe uma
indiscutível polarização que dividiu famílias e estremeceu amizades, em virtude
do ressurgimento do sentimento messiânico, apontando um “salvador da pátria”.
Para uns, essa figura mítica estaria encarcerada em Curitiba, para outros
convalescendo de um atentado, ou empoleirado em algum palanque acusando os
outros dois, ou mesmo montando um bunker revolucionário prenunciando uma luta
armada. A realidade é que grande parte da população brasileira está
insatisfeita com os rumos que o país tomou nas últimas décadas, e os
desastrosos resultados de uma corrupção endêmica que contaminou, e feriu de
morte, as estruturas do país, ameaçando a democracia.
Não nos enganemos,
não existem “salvadores da pátria”! O país precisa de cidadãos conscientes e
engajados no dia a dia, e não somente nos debates das redes sociais.
Como cidadãos e
cidadãs, ao definirmos o voto para cada um dos cargos eletivos, devemos levar
em consideração que votamos no candidato, mas, também no partido e nos ideais
programáticos que eles defendem. Votar é passar uma procuração para um
representante com quem você comunga, ou que representa alguns dos seus valores.
Alguns fatores
devem ser seriamente considerados ao sufragarmos o voto:
1) A posição em relação ao princípio da separação entre a Igreja e o
Estado; uma igreja livre em um estado livre.
2) Defesa da vida e da dignidade
humana; para o cristão a vida é dádiva divina e está presente da concepção à
morte.
3) Preservação das liberdades individuais, de associação, de expressão e
de imprensa; o estado não pode, nem deve controlar todas as esferas da sociedade,
por isso, devemos rejeitar ênfases estatizantes e intervencionistas.
4)
Liberdade no ensino, possibilitando desde o homeschooling até escolas de
qualidade, sem aparelhamento ideológico.
5) Atenção à história dos partidos, e
os interesses defendidos em suas trajetórias, bem como, a atuação no Congresso
Nacional e cargos do Executivo;
6) As forças que se agrupam em torno de cada
um, e que interesses representam.
Analisando
seriamente estes, e outros pontos, teremos melhores condições de votar de maneira
coerente com a nossa fé, e os valores nos quais acreditamos.
Como cristãos,
devemos assumir um compromisso, diante de Deus, de orarmos pelos que serão
eleitos (Presidente,
Senadores, Deputados e Governadores), para que tenhamos um Brasil mais
justo, com oportunidades para todos, e menos desigualdades sociais.
Teremos grandes
desafios: problemas internos que cresceram nos últimos anos e fazem nosso povo
sofrer; problemas externos, que configuram interesses supranacionais, que, em
muitos casos, conflitam com os interesses do povo brasileiro, e diante dos
quais o futuro Presidente deverá se posicionar como Chefe de Estado.
Votemos consciente
e seriamente, naqueles que julgarmos serem os melhores para o Brasil, e, caso
não os encontremos, que busquemos os menos piores nestes dias sombrios...
Recomendamos que
cada membro da Igreja se programe para votar em um horário que não interfira na
programação do Dia do Senhor.
Deus abençoe a cada
um de nós, nossas famílias, nossa Igreja, e ao Brasil!
Antes, corra o juízo como as águas;
e a justiça, como ribeiro perene. Amós 5.24
Editorial do Boletim Dominical da Igreja Presbiteriana Memorial, 07 de Outubro de 2018
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