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quinta-feira, 4 de outubro de 2018

O Voto é Secreto, mas as consequências serão públicas...




Hoje voltaremos às urnas, e exerceremos mais do que um dever cívico, um direito. Os membros da Igreja devem participar deste momento histórico, em atitude de oração, mas também com uma consciência política amadurecida, embasada nos valores do Evangelho, e com a percepção de que esta é a mais importante eleição do período republicano.

Existe uma indiscutível polarização que dividiu famílias e estremeceu amizades, em virtude do ressurgimento do sentimento messiânico, apontando um “salvador da pátria”. Para uns, essa figura mítica estaria encarcerada em Curitiba, para outros convalescendo de um atentado, ou empoleirado em algum palanque acusando os outros dois, ou mesmo montando um bunker revolucionário prenunciando uma luta armada. A realidade é que grande parte da população brasileira está insatisfeita com os rumos que o país tomou nas últimas décadas, e os desastrosos resultados de uma corrupção endêmica que contaminou, e feriu de morte, as estruturas do país, ameaçando a democracia.

Não nos enganemos, não existem “salvadores da pátria”! O país precisa de cidadãos conscientes e engajados no dia a dia, e não somente nos debates das redes sociais.

Como cidadãos e cidadãs, ao definirmos o voto para cada um dos cargos eletivos, devemos levar em consideração que votamos no candidato, mas, também no partido e nos ideais programáticos que eles defendem. Votar é passar uma procuração para um representante com quem você comunga, ou que representa alguns dos seus valores.

Alguns fatores devem ser seriamente considerados ao sufragarmos o voto: 
1) A posição em relação ao princípio da separação entre a Igreja e o Estado; uma igreja livre em um estado livre. 
2) Defesa da vida e da dignidade humana; para o cristão a vida é dádiva divina e está presente da concepção à morte. 
3) Preservação das liberdades individuais, de associação, de expressão e de imprensa; o estado não pode, nem deve controlar todas as esferas da sociedade, por isso, devemos rejeitar ênfases estatizantes e intervencionistas. 
4) Liberdade no ensino, possibilitando desde o homeschooling até escolas de qualidade, sem aparelhamento ideológico. 
5) Atenção à história dos partidos, e os interesses defendidos em suas trajetórias, bem como, a atuação no Congresso Nacional e cargos do Executivo; 
6) As forças que se agrupam em torno de cada um, e que interesses representam.

Analisando seriamente estes, e outros pontos, teremos melhores condições de votar de maneira coerente com a nossa fé, e os valores nos quais acreditamos.

Como cristãos, devemos assumir um compromisso, diante de Deus, de orarmos pelos que serão eleitos (Presidente, Senadores, Deputados e Governadores), para que tenhamos um Brasil mais justo, com oportunidades para todos, e menos desigualdades sociais.

Teremos grandes desafios: problemas internos que cresceram nos últimos anos e fazem nosso povo sofrer; problemas externos, que configuram interesses supranacionais, que, em muitos casos, conflitam com os interesses do povo brasileiro, e diante dos quais o futuro Presidente deverá se posicionar como Chefe de Estado.

Votemos consciente e seriamente, naqueles que julgarmos serem os melhores para o Brasil, e, caso não os encontremos, que busquemos os menos piores nestes dias sombrios...

Recomendamos que cada membro da Igreja se programe para votar em um horário que não interfira na programação do Dia do Senhor.

Deus abençoe a cada um de nós, nossas famílias, nossa Igreja, e ao Brasil!

Antes, corra o juízo como as águas;
e a justiça, como ribeiro perene. Amós 5.24

Editorial do Boletim Dominical da Igreja Presbiteriana Memorial, 07 de Outubro de 2018

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