Dominicalmente, ao
chegarmos para os cultos, recebemos na entrada do Santuário o Boletim
Dominical, fruto de um trabalho de vários dias, que visa, em um primeiro
momento, ser elemento facilitador nos cultos, e que pode ser usado, junto a
familiares e amigos, na divulgação das atividades da Igreja.
Para que o boletim
cumpra sua finalidade, é preciso que saibamos usá-lo, observando suas partes,
conteúdos e sinalizações.
Em nossa Igreja,
um boletim normalmente tem quatro páginas, distribuídas conforme descrição
abaixo. Ocasionalmente, um boletim tem anexos, ou mais páginas para atender a
alguma necessidade, como nesta edição.
Na primeira
página, temos alguns dados fixos e também um artigo de capa, que funciona como
uma espécie de editorial da publicação.
Na segunda e
terceira páginas, temos as liturgias dos Cultos Dominicais, quando, em
obediência ao mandamento sobre o Dia do Senhor, o povo de Deus se reúne,
atendendo à Santa Convocação.
Na segunda página,
temos ainda os aniversariantes da semana que se inicia, pelos quais devemos
orar, e alguma informação, que neste exemplar apresenta o estabelecido pela
Constituição da Igreja Presbiteriana do Brasil (CI-IPB) sobre os oficiais da
Igreja.
Na quarta página temos a agenda semanal com as atividades das Sociedades
Domésticas e da Igreja, as comunicações e as escalas de serviço.
Merecem atenção especial as páginas que tratam da liturgia, e
precisamos observá-las, entendendo o significado de tudo que ali está contido.
Procedendo assim, Pastores, Presbíteros, Diáconos e Congregação prestaremos um
melhor culto ao Senhor, de maneira que o nome de Deus seja glorificado, os
santos, edificados e os perdidos, evangelizados.
O povo de Deus deve preparar-se antes mesmo de sair de casa, para
participar do culto de maneira reverente, solene e alegre. A pontualidade é
requerida, pois não temos o direito de deixar o Senhor dos Exércitos esperando,
e a mercê dos nossos atrasos. O tempo do culto não pode ser usado para outro
fim, nem mesmo para atender ao ativismo religioso no qual nos envolvemos muitas
vezes. A guarda do Dia do Senhor não é opcional, e a frequência aos cultos não
pode ser negligenciada. Uma vez no Santuário, devemos permanecer até o final do
Culto, pois estamos em audiência com o Senhor do Universo. Necessidades devem
ser previstas e atendidas, antes e depois das celebrações, salvo em casos
excepcionais.
O povo de Deus deve participar ativamente de todas as partes do culto.
O Liturgo, ou Presbítero, escalado para dirigir o culto, tem uma função
nobilíssima. Ele não é um animador de auditório, apresentando atrações, mas um
Sacerdote do Deus Altíssimo, conduzindo a Geração Eleita, Nação Santa de
Sacerdotes, Povo de propriedade exclusiva de Deus, em momento solene de Culto
público ao Senhor.
O povo deve estar atento e prontamente colocar-se em pé quando a
liturgia indicar com o asterisco (*), não há necessidade de esperar por
convite; precisamos evitar qualquer tipo de movimentação durante as leituras
bíblicas, ou orações, momentos em que a reverência deve se traduzir em
contrição e meditação, e qualquer movimento desvia a atenção dos adoradores, e
se constitui em negligencia irreverente. Por outro lado, os participantes do
culto, devem procurar assentos mais próximos do altar, para evitar
deslocamentos longos durante o culto.
É preciso entender a Teologia do Culto, devidamente embasada na Bíblia
Sagrada, e exposta nos Símbolos de Fé da Igreja. No culto bíblico a proclamação
da Palavra de Deus é central.
O culto bíblico é teocêntrico e atende características bíblicas (em
espírito e em verdade, racional, com ordem e decência).
O culto bíblico é transcendente, pois se dirige ao Supremo Deus, e não
antropocêntrico , centrado no ser humano e suas necessidades. Na atualidade,
observa-se a utilização de expressões intimistas (“beijar Jesus”, “abraçar o
Senhor”, “estar apaixonado”) próprias
da linguagem erótica, mas inadequadas para a adoração ao Senhor do Universo, em
resposta ao Seu amor incondicional, traduzido na palavra grega Ágape.
O culto bíblico é a reunião do povo de Deus em Assembleia Solene, o que
na linguagem se traduz pela utilização da primeira pessoa do plural – nós – e
não no individualismo que cultua o “eu”.
A adoração pública é corporativa, é o corpo de Cristo se expressando. Nenhum
individuo ou grupo pode usurpar, ou sufocar, a voz da Igreja reunida em Culto
Solene. O culto bíblico não estimula, nem reproduz o individualismo de uma
sociedade pervertida.
A liturgia é dividida em partes, e precisamos entendê-las.
Adoração – Há
distinção entre adoração e louvor. Adoramos a Deus pelo que Ele é, e O louvamos
pelo que Ele faz. Iniciamos com o Prelúdio, quando uma música
instrumental é executada, e os presentes se colocam em oração reverente para
iniciar a adoração comunitária em resposta à Santa Convocação para o Culto
Solene. Não há espaço para conversas, ou movimentações, que desviem a atenção
da adoração ao Senhor.
Confissão – somos pecadores, e ao contemplarmos o nosso
grande Deus, quedamo-nos humildemente, suplicando perdão, fiados na promessa
que “Deus é Fiel e Justo para nos perdoar os pecados e purificar de toda a
injustiça”. O culto bíblico inclui a confissão da condição humana.
Dedicação – o que temos vem de Deus, e na dedicação,
adoradores gratos ao Deus da Provisão dedicam novamente suas vidas ao Senhor, e
devolvem a Ele seus dízimos, e consagram ofertas, que são recebidos por Deus, quando
existe comunhão com o Senhor e com a Sua Igreja.
Proclamação – nas várias partes do culto, o povo fala ao
Senhor; na proclamação, o Senhor fala ao Seu povo através da exposição da Sua
Palavra pelos Seus Ministros. A entrega de sermões é uma tarefa sublime e exige
severa preparação e fidelidade à Bíblia.
Comunhão – o momento de comunhão é quando a Igreja celebra
sua unidade com os santos de todos os tempos e, com o Salvador, lembrando
solenemente a vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo, anunciando a morte do
Senhor até que Ele venha, o que é feito na celebração do Sacramento da Santa
Ceia. Ao final, temos o Poslúdio, tempo de recolhimento
espiritual em oração, como preparação para a semana que se inicia.
Soli Deo Gloriæ!
(Publicado
no Boletim Dominical da Igreja Presbiteriana Memorial, 24 de abril de 2016)