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sexta-feira, 29 de setembro de 2017

500 Anos Depois... Conformar, Deformar, ou Reformar?


Ao iniciarmos este mês de outubro o fazemos sob a égide dos 500 anos da Reforma Protestante do século XVI, da qual, como presbiterianos, somos herdeiros diretos através da linha temporal que passa pela Genebra de Calvino, e Escócia de Knox. Em pleno século XXI a celebração, e resgate, do ideal reformado está mais atual do que nunca.

Conformar, deformar e reformar neste contexto, são mais do que verbos da primeira conjugação, são atitudes que devem ser ponderadas ao avaliarmos as posturas cristãs.

Conformar é aceitar, tomar forma. Como cristãos e cristãs temos uma orientação apostólica direta E não vos conformeis com este século, mas, transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Romanos 12.2). Não ser omissos, ou tomar a forma perversa do mundo em que vivemos. Nosso chamado é para ser sal e luz (Mateus 5.13-16).
Continua no anexo

Continuação do Editorial de capa:
Deformar é perder a forma original, ficar defeituoso. O cristianismo tem seu modus vivendi e operandi estabelecidos nas Escrituras Sagradas, Antigo e Novo Testamentos, e negar isso é perder o norte estabelecido por Deus (2 Timóteo 3.14-17).

Reformar é formar de novo. No século XVI os Reformadores se viram em uma Igreja que havia se conformado ao mundo (Romanos 12.2), se deformado e distanciado das Escrituras Sagradas, e então iniciaram cada um, a partir de onde estava um movimento que visava reformar a Igreja, levando-a de volta aos princípios bíblicos, e a simplicidade dos primeiros séculos. A pesada estrutura de então, apegada aos seus conceitos, não se deixou reformar, e o movimento protestante deu origem às Igrejas Protestantes, entre as quais estão as Igrejas Reformadas.

Ao celebrarmos os 500 anos da Reforma Protestante do século XVI, e à luz de um dos seus lemas – Ecclesia Reformata et Semper Reformanda Est: Igreja Reformada Sempre Em Reforma – não podemos nos conformar a este mundo, nem aceitar as deformações vigentes nas igrejas ditas evangélicas, mas, reafirmarmos nossa identidade reformada à luz da Bíblia Sagrada, e consubstanciada nos Solis:

Sola Gratia! Somente a Graça!

Sola Fide! Somente a Fé!

Sola Scripturæ! Somente as Escrituras!

Sollus Christis! Somente Cristo!

Soli Deo Gloriæ! Somente a Deus Glória!

Que Deus nos abençoe!


quinta-feira, 21 de setembro de 2017

As Mortes do Imortal





Pernambuco, imortal! Imortal!

A frase acima é parte do estribilho do Hino de Pernambuco, que tem uma belíssima letra enaltecendo o brioso Leão do Norte, suas batalhas e conquistas históricas.

Entretanto, 109 anos depois da composição do seu Hino, o imortal Pernambuco está letalmente ferido diante dos números absurdos da violência que assola o Estado tanto na capital, quanto no interior. São cerca de quinze mortes por dia, de janeiro a agosto já são registrados 3.735 óbitos; 84,3 mil crimes violentos contra o patrimônio; 21,1 mil casos de violência doméstica e 1,3 mil estupros (http://blogs.diariodepernambuco.com.br/segurancapublica/?tag=mortes acessado em 20/09/17 às 15h32). Proporcionalmente Pernambuco está mais violento que o Rio de Janeiro.

Diante destes números de guerra, a sociedade clama por uma solução, as autoridades buscam explicações e providências, mas o imortal Pernambuco está sofrendo suas mortes, na dor de mães e pais, filhos e filhas, viúvas e viúvos; cidadãos e cidadãs enlutadas e assustadas sem perspectivas de melhoras, à espera da próxima vítima.

Da Profecia de Jeremias nos vem uma orientação: Procurai a paz na cidade para onde vos desterrei e orai por ela ao Senhor; porque na sua paz vós tereis paz. Precisamos orar por nossas cidades, Estado e País, ao tempo que, inseridos na sociedade organizada cobramos providências das autoridades e, como Igreja, pregamos o Evangelho que transforma vidas e garante a paz (João 14.27; 16.33).

Soli Deo Gloriæ!


(Publicado no Boletim Dominical da Igreja Presbiteriana Memorial em 24 de setembro de 2017)

  

domingo, 10 de setembro de 2017

As Primeiras Coisas, primeiro!



A vida é uma sucessão de buscas, e estabelecer prioridades é um desafio que nem todos desenvolvem com sabedoria. Aquilo que se busca revela os interesses e prioridades de cada um. Não poucas vezes, constata-se posturas incongruentes, quando o que se diz prioritário, não é buscado em primeiro lugar.

Temos o privilégio de sermos cidadãos do Reino dos Céus – que na literatura joanina é chamado de vida eterna –, e o desafio de exercitar esta cidadania como cidadãos desta terra. Na vivência desta dicotomia, por vezes negligenciamos o que há de mais importante, a saber, a cidadania do Reino dos Céus.

No primeiro Evangelho lemos:

33buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Mateus 6.33

O fato é, que por vezes, nos embaraçamos com os negócios desta terra e não buscamos o Reino dos Céus em primeiro lugar (2 Timóteo 2.4), e nos perdemos na busca de todas as outras coisas atraindo a sentença proclamada pelo Profeta (Jeremias 48.10).

Como está a sua vida? Você busca o Reino dos Céus em primeiro lugar, ou está se embaraçando com os negócios desta vida?

Buscar o Reino dos Céus em primeiro lugar é priorizá-lo, o que só acontece quando servimos ao Senhor integralmente com todo o coração, toda a alma, todo o entendimento, e atendemos às demandas do próximo como gostaríamos que as nossas fossem atendidas (Mateus 22.37-39). Priorizamos o que amamos.

Em que pese a subjetividade de cada um, sinalizamos diariamente o que consideramos importante, por exemplo a forma como lidamos com o tempo.

Atividades da Igreja, programações familiares, trabalho, atividades acadêmicas e lazer são exemplos de como gastamos, investimos ou perdemos o nosso tempo. Frequência e pontualidade estão associados.

Como seria sua vida acadêmica se tratada como a EBD e os PG’s? Qual seria o rendimento escolar dos seus filhos se a escola secular recebesse a atenção dispensada à Escola Bíblica Dominical?

Qual seria seu rendimento laboral, e conceito como profissional, se os compromissos seculares fossem encarados como as Santas Convocações para os Cultos Dominicais? Ou, as reuniões departamentais e ensaios com os quais você se comprometeu?

Sobre o Dia do Senhor a Bíblia ordena:

Lembra-te do dia de sábado, para o santificar.
Seis dias trabalharás e farás toda a obra.
Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal,
nem o forasteiro das tuas portas para dentro; porque, em seis dias, fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e,
ao sétimo dia, descansou; por isso o Senhor abençoou o dia de sábado e o santificou.
Êxodo 20.8-11.

A guarda do Santo Dia do Senhor, Sábado-Descanso, não pode ser negligenciada como mandamento que é. Deixar de guarda-lo é tão pecado quanto matar ou adulterar. Os Catecismos de Westminster, símbolos de fé de nossa Igreja, detalham sobre a guarda dos mandamentos.

Vivemos dias em que as pessoas correm de um lado para outro atrás do sucesso profissional, acadêmico, empresarial, ou mesmo a realização de um sonho pessoal. Os dias são maus, nesta terra, somos peregrinos e estamos nos preparando para a eternidade com o Senhor. Para tanto, devemos obedecê-lo, e essa obediência passa invariavelmente pela forma como lidamos com o tempo. Que o Senhor nos ajude a priorizar o que, de fato, é importante.


Soli Deo Gloriæ!

(Publicado no Boletim Dominical da Igreja Presbiteriana Memorial, em 10 de Setembro de 2017)