Dando prosseguimento à reflexão publicada no
editorial do domingo passado, nos deparamos com a realidade de que o Brasil
sofre uma das maiores crises da sua história, onde os que deveriam zelar pela
coisa pública, dela se locupletam despudoradamente, como protagonistas de
escândalos que maculam a república. Suspeitos, investigados, indiciados, réus e
condenados formam um bloco suprapartidário que milita em causa própria, sem
preocupar-se com o país que afunda em um mar de lama e corrupção.
Neste momento crítico e grave da nossa
pátria, é mister que cada brasileiro assuma o seu papel como cidadão
consciente, que atenta para seus direitos e deveres, buscando usufruir os seus
direitos e cumprir os seus deveres. É preciso obedecer e fazer cumprir as leis
do país, começando na rotina pessoal. Corrupção é corrupção independente de
quem sejam os corruptos e corruptores. Valores éticos, morais ou financeiros não
se negociam. É preciso cuidado com o maniqueísmo doentio e perverso presente em
vários discursos, semeando o ódio entre as pessoas, rasgando a alma pátria,
instigando a luta entre brasileiros, partindo do campo ideológico, querendo
abarcar outras esferas à medida em que cultiva a visão maniqueísta do “nós”
versus “eles”.
Não importa se o envolvido é Chico ou
Francisco, alguém que desfrute da nossa intimidade, ou mais distante, a justiça
deve ser aplicada para todos. Não podemos sucumbir a partidarismos apaixonados
que cegam para a realidade, ao encara-la de forma parcial; não há espaço para a
defesa cega de ideologias nefastas, que conduziram nações à ruína.Neste tempo a
Igreja não pode se deixar iludir, deve olhar a realidade à luz dos valores do
Evangelho do Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, da sensibilidade social dos
profetas da antiga Aliança, da imutável Lei de Deus, e do exemplo dos
reformadores, que apontavam para os pecados tanto na esfera particular quanto
pública.
Antes, corra o juízo como as águas; e a
justiça, como ribeiro perene. Amós
5.24
Soli DeoGloriæ!
(Publicado no Boletim Dominical da Igreja
Presbiteriana Memorial em 12 de Junho de 2016)
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