Prosseguindo a série de reflexões iniciadas no editorial
do domingo 05/06/2016, sob a temática do panem
et circenses – pão e circo – constatamos que parte do povo brasileiro ainda
parece hibernar em uma sociedade onde falta pão e sobra circo.
Falta pão porque alimentos escassos na mesa, têm preços
nas alturas fazendo com que o povo não se alimente adequadamente, ou mesmo
passe fome com o aumento da pobreza e da miséria. Falta pão porque o desemprego
cresce, derrubando os índices sociais e de desenvolvimento humano, enquanto o
Estado deixa de cumprir seus deveres, e as verbas públicas escoam nos ralos da
corrupção.
Sobra circo, porque o brasileiro celebra a tocha olímpica
(que na Grécia antiga comemorava o roubo do
fogo do deus grego Zeus por Prometeus); discute os “clássicos” do
futebol; gasta fortunas em festas como o carnaval; deixando-se embalar por
eventos esportivos milionários que funcionam como uma espécie de ópio que
anestesia a consciência de uma nação que parece ter se acostumado com o cenário
surrealista em que vive.
A prática esportiva é válida enquanto benéfica para a
saúde, e atividade lúdica, não devendo se constituir em elemento alienante, ou
instrumento de manipulação das massas ou oportunidade para desvio de verbas.
Sobra circo quando um povo ignorante das Escrituras
Sagradas, em um ambiente religiosamente sincrético, se ilude com expressões
pseudo religiosas que mercantilizam a fé, e endeusam personalidades
consolidadas no merchandising das marcas, embaladas por palestras de autoajuda,
sem perceber que o Eterno Deus se revelou em Sua Santa Palavra e à Escritura
nada se acrescentará. “Profetadas” e “apostolices” ofendem a Deus, bem como,
quando púlpitos são usados como plataformas de propagação de ideologias, e a
genuína Mensagem Bíblica é negligenciada.
Que Deus tenha misericórdia do Brasil, e que a Igreja
anuncie e testemunhe profeticamente o Evangelho da Paz e da Justiça.
Antes, corra o juízo como as águas; e a justiça, como
ribeiro perene. Amós
5.24
Soli Deo Gloriæ!
(Publicado no Boletim Dominical da Igreja Presbiteriana Memorial em 19 de junho de 2016)
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