Na antiga Roma a
política do panem et circenses – pão
e circo – foi adotada, para manter as classes menos favorecidas desconectadas
da política, e alienadas da realidade social em que uma minoria enriquecia enquanto
a maioria permanecia na pobreza. Esta política consistia na distribuição de
trigo gratuitamente, ou a preços baixos, e na construção de arenas onde o povo
era distraído com as corridas de bigas e quadrigas, e com os sangrentos
combates entre gladiadores.
Quando se diz que tal
política está sendo praticada, alude-se à alienação de um povo e o desempoderamento
do papel de sujeito de sua história.
O Brasil sofre uma
das maiores crises da sua história, onde os que deveriam zelar pela coisa
pública, dela se locupletam despudoradamente, como
protagonistas de escândalos que maculam a república. Suspeitos, investigados,
indiciados, réus e condenados formam um bloco suprapartidário que milita em
causa própria, sem preocupar-se com o país que afunda em um mar de lama e
corrupção.
Diante deste
cenário, parte do povo brasileiro ainda parece hibernar em uma sociedade onde
falta pão e sobra circo.
Falta pão porque os
alimentos escassos na mesa do povo, têm preços nas alturas.Sobra circo, porque
o brasileiro festeiro, celebra a tocha olímpica (que na Grécia antiga comemorava o roubo do fogo do
deus grego Zeus por Prometeus); passa horas discutindo os “clássicos” do
futebol; gasta fortunas em festas como o carnaval; e ainda se ilude com
expressões pseudo religiosas que mercantilizam a fé, e endeusam personalidades
consolidadas no merchandising das marcas, embaladas por palestras motivacionais
e de autoajuda, que matam igrejas ao usurpar o lugar da Mensagem Bíblica
Expositiva.
O momento é grave!
Não estamos somente diante de um debate ideológico – que tem sua importância, pois há ideologias perversas e anticristãs –
estamos diante em um momento histórico em que a voz da Igreja precisa ecoar a
voz do profeta vaqueiro (Am. 7.14) quando sentenciou:
Antes, corra o
juízo como as águas;
e a justiça, como
ribeiro perene.
Amós 5.24
Soli DeoGloriæ!
(Editorial da capa do Boletim
Dominical da Igreja Presbiteriana Memorial,
05
de Junho de 2016)
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