Boas Férias! Feliz Natal! Estas são duas das expressões mais usadas ao final de cada ano, e são uma tentativa de externar o desejo por dias melhores entre os seres humanos.
Boas Férias! Esta é a época em que vários estudantes estão terminando o ano, ou semestre letivo, e planejam descansar um pouco, passear, desligar-se das atividades acadêmicas. Alguns estão na correria do vestibular, desfrutando a alegria da iminente aprovação, ou as preocupações do retorno ao cursinho.
Boas Férias também para os trabalhadores, que após um ano de atividades e lutas podem descansar e, quem sabe, aproveitar o décimo terceiro para fazer investimentos, novas aquisições ou saldar dívidas. Alguns vêem nesta época a possibilidade de um trabalho temporário para reforçar a renda, ou quem sabe tentar uma contratação definitiva no novo ano.
Entretanto, nem todos tiram férias: pais e mães, filhos e filhas, irmãos e irmãs, esposos e esposas... embora muitas vezes em férias de outras atividades, e até geograficamente distantes, eles e elas não deixam de exercer os papéis familiares. Infelizmente existem famílias cujos participantes simplesmente as abandonam, o que seria matéria para outro artigo.
Mas, não é apenas da família que não se deve tirar férias. O cristão não tira férias! Em algumas ocasiões, viagens são feitas, e por estar em outra cidade, estado ou país, deixa-se de freqüentar a Igreja da qual se é membro, mas não é possível ao cristão tirar férias do cristianismo. Ele continua sendo cristão, onde quer que esteja, servindo ao Senhor e obedecendo a Sua Palavra através do testemunho e da convivência com o semelhante.
Há uma outra expressão: Feliz Natal! Esta frase é repetida inúmeras vezes, e de forma por vezes inconseqüente. O que significa de fato Feliz Natal?
Diante da mídia tem-se a impressão que para alguém ter um feliz natal, precisa consumir muito, geralmente comprar o que não precisa com o dinheiro que não tem. Olhando a decoração de boa parte do comércio, e de algumas casas – inclusive de cristãos – esta impressão é reforçada pela figura do Papai Noel, com seus muitos presentes que dificilmente chegarão à casa da maioria dos brasileiros e brasileiras.
O natal como descrito acima não pode ser feliz. Primeiro, porque a condição da maior parte do nosso povo não possibilita saciar a sede consumista, o que até é feito, muitas vezes à custa de prestações que alcançam o natal seguinte. Segundo, porque a alegria do natal só pode ser compreendida por quem vê a humilde manjedoura, e percebe sobre ela a sombra da cruz, e nos olhos do menino a serenidade de Deus, mais tarde, ao contemplar o crucificado, percebe em seu olhar a pureza e inocência da criança, que sofre pela crueldade dos humanos.
O natal só é feliz quando se adquire a percepção do Emanuel, Deus conosco. Em Cristo, Deus se identificou com a humanidade, e mais precisamente com aqueles, e aquelas, que não podem, pelos padrões do nosso tempo, desfrutar um feliz natal.
Um feliz natal não depende de presentes, velas, festão, peru, farta ceia, embora todas essas coisas sejam desejáveis. Um feliz natal depende da acolhida que é dada à presença de Jesus Cristo em nossa história, e de como essa acolhida influencia as relações humanas.
Para que haja um feliz natal para todos e todas, os cristãos não podem tirar férias do Cristianismo, nem de Cristo. Através de nós, a presença de Cristo deve tornar-se cada vez mais real e perceptível entre o nosso povo.
[1] Esse artigo foi publicado inicialmente no Jornal Batista Pernambucano, dezembro de 2007
[2]O Pastor Alfrêdo Oliveira Silva é Professor do STBNB e da AMESPE, membro da Igreja Batista da Capunga, Recife-PE, Brasil. E-mail: alfredo.oliveiras@globo.com Blog: http://alfredooliveira.zoomblog.com/
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