A vida de Jesus Cristo está registrada na história da humanidade de forma inequívoca. Até na forma do mundo ocidental contar o tempo, em antes e depois de Cristo, vemos a profunda influência por Ele exercida.
Nas Escrituras Sagradas, encontramos quatro evangelhos que representam pontos de vistas, a partir dos quais, a vida, morte e ressurreição do Senhor, foram contados. Dentre eles, os três primeiros são chamados sinóticos em virtude da semelhança que apresentam. Neste trimestre, estaremos estudando o Evangelho de Jesus Cristo Segundo Mateus, também conhecido como o Evangelho do Reino.
Data, Local e Autor do Evangelho
Para entendermos melhor qualquer texto, convém uma referência aos seus aspectos bibliográficos.
Com relação ao Evangelho segundo Mateus, existe um consenso estabelecido desde os pais apostólicos, que ele teria sido escrito “... antes de 70, com maior probabilidade durante os anos 60”.1 Posteriormente, até quando esta data foi questionada, o Evangelho continuou situado dentro do primeiro século.
Sendo escrito no ano 60 dC, ele pode ter seu ambiente em Jerusalém, ou outra cidade da Palestina. Se a exemplo de Cullmann,2 preferirmos uma data depois de 70, ele propõe 80, fica difícil indicar um local preciso como ele mesmo admite3.
Quanto à autoria, apesar das divergências entre os estudiosos – principalmente quanto ao problema sinótico – existem fortes indicações que ligam o texto do Evangelho a Mateus, o apóstolo. Sem dúvida o escritor era alguém que conhecia as línguas grega e semítica, como pode ser inferido a partir da leitura.
Enfoques do Trimestre
Durante este trimestre estaremos enfatizando que a promessa do Messias contida no Antigo Testamento encontrou seu cumprimento em Jesus, o Filho de Davi. Esta ênfase está escudada no próprio texto. “O autor se refere à Escritura pelo menos em 130 passagens; destas, 43 são citações precisas... Suas citações da Escritura são feitas à maneira judaica, respeitando às vezes até a letra dos textos.”4 Isso demonstra a intimidade que ele tinha com o Antigo Testamento, do qual se revela profundo conhecedor.
O Messias de Deus veio, e o Seu Reino estabeleceu. Os discípulos somos participantes deste Reino, que em Mateus é trinta e uma vezes chamado de Reino dos Céus, contra quatro vezes para Reino de Deus. Esta forma de chamar o Reino é possivelmente para evitar a menção ao nome do Senhor, tão cara aos judeus, a quem o Evangelho era dirigido em princípio.
Desafios Para o Homem Moderno
O Evangelho, segundo Mateus, nos desafia a uma vida inserida no Reino de Deus. Essa inserção, nos faz viver os ensinos de Jesus Cristo neste mundo de forma a produzir nele transformações.
As transformações a serem produzidas no mundo, são experimentadas pelo discípulo, e pela Igreja. A forma de pensar, agir, e ver as coisas passam a ser determinadas pelos padrões éticos ensinados por Jesus, e por Ele demonstrados.
O amor não deve ser apenas um sentimento, ele passa a ser motivação e aferidor do nosso procedimento.
* O Pr. Alfrêdo Oliveira Silva é natural de Feira de Santana – Bahia, casado com a Professora Lídia Souto de Moraes Oliveira Silva e pai de Anália Moraes Oliveira; Bacharel em Teologia (com concentração na área Pastoral-Missiológica, 1995), Mestre em Teologia (com especialização na área Bíblica – Novo Testamento, 1999), pelo Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil. Atualmente é Professor no STBNB (Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil) e na AMESPE (Academia Memorial de Ensino Superior de Pernambuco). Leciona várias disciplinas, entre elas: Teologia dos Princípios Batistas, Teologia Bíblica do NT, Introdução Bíblica, Novo Testamento, Exegese Bíblica do NT, Fundamentos Evangelização e Missões Governo da Igreja.
1 D. A. CARSON; Douglas J. MOO; Leon MORRIS. Introdução ao Novo Testamento. Tradução de Márcio Loureiro Redondo. São Paulo: Vida Nova, 1997. p. 90.
2 Oscar CULLMANN. A Formação do Novo Testamento. 6ª edição. São Leopoldo: Editora Sinodal, 1996. p.27
3 Oscar CULLMANN idem.
4 LEITURA do Evangelho de Mateus. Vários autores. Tradução Benoni Lemos. São Paulo: Edições Paulinas, 1985. Cadernos Bíblicos – 12. p.17
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